sábado, 13 de agosto de 2011

Muitas vezes






















Encontra-se as portas entreabertas e por puro devaneio ela se tranca. Como se alguém lhe derá diversas voltas na certeza de receber incômodas visitas.
Em um belo dia ensolarado, repleto de nuvens dispersas e um céu límpido...
Ar suave e sereno, flores coloridas e reluzentes, árvores repletas de folhas e frutos... Calmaria das águas, assobiar dos passáros, caminhar consciente e afoito das formigas...Atmosfera toda conspirando para um maravilhoso e inesquecível dia. Não tão de repente o céu se veste com outra face e todo seu redor o observa. Segue seus passos.O vento descontrola-se e de maneira ininterrupta bate cansavelmente a porta feita de madeira e basculantes de vidro.
Não aproveitou como poderia. Deixou para mais tarde, afinal nunca imaginaria que um dia tão promissor e excepcional pudesse desalinhar-se assim...De forma tão abrupta para desestruturar todo o meu ser.Imaginava durar por toda a atmosfera. Todos os aparelhos eletrônicos haveriam de ser desligados, a não ser na casa de pessoas confiantes e incrédulas. Ao invés de sons e imagens tidas como do cotidiano, meramente irreais, surgem vozes, gargalhadas inconstantes e sonoras...No canto esquerdo da sala, sob uma luz de baixa intensidade, uma folha de caderno pautado, borracha colorida e encapada, lapiseira velha sem proteção, desfigurada no local de apoio para escrever.Sua casca é bonita e seu interior surpreendente.Se fosse possível adentra-lo seria um universo todo a ser desvendado e explorado, feito a conjugação do infinito com o belo, do equilibrista com a bailarina...
A humanidade toda deseja o belo e nunca o incerto. Não troca a combinação pela imagem fora dos padrões pré estabelecidos.Alguns tornam-se diferentes, outros desejam embriagez sem ao menos apreciar o alcóol.Exagerados e embreagados de amor. A contradição e o desrespeito corroem mentes insanas.A felicidade do próximo incomoda a milhares.O sucesso então, grita.

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